terça-feira, 13 de março de 2012

Florbela.


     Porque nunca é tarde para descobrir a poesia, aqui fica um dos meus favoritos: dedicado aos que ainda não descobriram a magia de Florbela e da poesia. Espero ver o filme em breve. 
      Love
      C.

Se tu viesses ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca

2 comentários:

  1. Maravilhosa a foto, maravilhoso o poema, maravilhosa a grande Florbela Espanca.
    O meu fraquinho pela poesia cai mais para o lado de Fernando Pessoa e seu semi-heterónimo Bernardo Soares, mas sem dúvida a poesia portuguesa não teria o mesmo encanto sem os poemas sofridos de Florbela.

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