terça-feira, 8 de novembro de 2016

"...e não acredito no amor"


"Tenho 41 anos e não acredito no amor.
Já não acreditava nele quando tinha 20 anos. Olhando para todo o meu histórico nem sei se alguma vez acreditei no verdadeiro sentido que a palavra "acreditar" tem.
Mas eu sei que ele existe. Algures ele existe, só nunca chegou a mim. Nem naquelas coisas simples como se costuma ler nos livros.
Não tenho animais de estimação, não tenho filhos, não tenho plantas nem faço nada que orgulhe alguém ou lhe tire o sofrimento.
Eu sei o que é o amor e é todo o contrário do que eu sou neste mundo.
Não acredito nele, porque ele não me toca. Nunca me tocou mesmo naqueles dias em que eu estava prestes a ceder e a deixá-lo entrar sem cerimónias.
O amor não são só rosas. Entre uma dor gigante e um conforto constante eu escolhi o conforto.
Não me confundam. Eu tenho emoções e talvez até tenha alguns sentimentos, mas não amo nem deixo que me amem.
Dizem-me que não posso saber o que é o amor, mas sei. Acreditem que sei, porque ele é tudo que eu não sou. Ele está onde eu não estiver e sai sempre que eu entrar.
Não sou infeliz. Acordo e adormeço da mesma forma e no final vou acabar no mesmo sítio que vós."


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