segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

pesadelos repetidos.


     Há noites a fio que o pesadelo se repete. Noites a fio com as mesmas personagens e o mesmo desfecho inconclusivo. Acordo salva pelo despertador ou pela minha mãe que me liga para perguntar se quero um cachecol nude ou cinza ou para questionar se precisamos de pijamas.
     Existe neste mundo uma pessoa (e digo pessoa para não lhe chamar outra coisa pior) que me deve um enorme pedido de desculpa. Mesmo sabendo que o mais provável era eu nunca conseguir perdoar (nem as lições da catequese me iam valer) era disso que eu precisava. Um simples e sincero: "Desculpa". Pedir desculpa, aliás saber pedir desculpa é uma bênção e um sinal de carácter. Tendo em conta que disso pouco vejo nessa pessoa, talvez seja um desejo da minha parte impossível de concretizar. 
     Todas as vezes que me cruzo em pesadelos (e espero que fique por aí) com essa pessoa, somos amigos. Já teremos feito as pazes sem o devido pedido de desculpa. Ou pelo menos aconteceu alguma coisa que nos permitiu conseguir ter uma conversa civilizada. E é nessa conversa que eu questiono: - O que te levou a fazer tudo aquilo? Porquê tanta falta de consideração, tanta falta de respeito?
     Depois da temida pergunta, faz-se silencio e a pessoa não responde. Quando penso que pode estar prestes a explicar, o pesadelo desfaz-se e fico sem descobrir. E tudo isto se passa em diferentes estações do ano, as expressões são as mesmas, a pergunta é feita da mesma forma e no mesmo tom de voz, mas temos roupa de Inverno ou Verão e estamos em locais diferentes.

     Love
     C.

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