Ora aqui está uma boa pergunta. Tarde demais para fazê-la, talvez. Não sei se me arrependo de ter tirado Ciências da Comunicação, a verdade é que estar prestes a terminar o meu estágio em Televisão faz-me ter um bocadinho de medo. Foi bom brincar aos jornalistas durante uns meses e se calhar depois disto posso admitir que não me arrependo da escolha, eu quero ser jornalista, bolas!
A magia dos três
Três anos de licenciatura pouco ou nada respondem à terrível pergunta, mas entrar numa redacção de verdade e ser bombardeada, diariamente, com trabalho de verdade é terrivelmente bom. Já quis ser bailarina de tutu rosa claro, já quis ser caixa de super mercado e actriz de cinema mas quando tive que escolher de verdade escolhi o jornalismo. Se calhar porque junta os três: a novidade constante das palmas e do palco, a confusão das longas filas ao final de tarde e a improvisação dos passos de dança caso falhe a coreografia. Precisava disso tudo no meu dia para chegar a casa, cansada mas realizada. Foi o que senti nestes 5 meses, muitas horas seguidas, muitos cafés, muitos cigarros mas a sensação que não poderia ser mais competente noutra profissão, fosse a dar vacinas, a desinfectar feridas em animaizinhos ou a ensinar contas de dividir a crianças de 8 anos.
Trabalho sob pressão
Sempre li os jornais, vi televisão e ouvi rádio a pensar que gostava de estar por detrás de tudo aquilo, um dia. Sempre me imaginei numa redacção, rodeada de informação e pressão. Essa paixão pela pressão começou logo no primeiro ano de faculdade quando deixava todos os trabalhos para o último dia, aliás todos os que não exigissem grande pesquisa. As reportagens de ambiente, as crónicas, os perfis eram sempre feitas no dia anterior, depois da pesquisa como é óbvio, porque nunca gostei de queimar etapas. A inspiração só chegava sob pressão, e era nesses dias que conseguia escrever as melhores coisas ou as que me davam mais gosto em ler, depois. Sempre achei o jornalismo a profissão mais emocionante de todas.
Contadores de estórias
O jornalismo responde às perguntas e coloca as questões, esta dualidade é apaixonante. E depois, há a pressão que se cria à volta de um jornalista, que tem sempre que saber tudo e tanto é uma besta como passa a bestial, o que não deixa de ser interessante. Mas a verdade é que o jornalista é um contador de estórias e isso é o que mais me fascina, mais que a pressão, até. Pode parecer poético dizer isto mas é fascinante saber que contribuímos para a informação de alguém, saber que podemos através das palavras desfazer dogmas ou adensá-los ainda mais. Eu adoro escrever e ler, adoro descobrir, procurar, vasculhar, comprovar. E basicamente é isto que ainda me faz acreditar que algum dia vou conseguir que me paguem para fazer o que gosto.
Love
C.
força, tens tudo que é preciso para seres uma óptima profissional!
ResponderEliminarVanessa*
É a profissão mais rica (tirando a parte monetária, claro está) que se pode ter.
ResponderEliminarE espero que tanto tu, como eu, a Rita, Di consigamos ser óptimas profissionais e vencer nsta luta constante que é encontrar trabalho na nossa área.